quarta-feira, 21 de março de 2012

A FAMÍLIA NA LUTA CONTRA O RACISMO

A família, como principal instituição social, pode e deve desempenhar um importantíssimo papel no processo de erradicação desse mal que tantas mortes e desigualdades tem causado.

O Dicionário de Aurélio define ´preconceito´ como sendo uma "opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; idéia preconcebida; intolerância; ódio irracional ou aversão a outras raças, credos e religiões".
Atitudes práticas devem ser vivenciadas no cotidiano familiar, como por exemplo.
1 - Mostre que Deus não faz acepção de pessoas e que Jesus jamais foi preconceituoso e racista.

Na Bíblia existem, pelo menos, nove passagens que falam diretamente sobre o erro que se comete ao fazer acepção de pessoas. Leia para seus filhos textos bíblicos que tratam diretamente do assunto: Dt 10.17; 16.19; Jó 32.21; Ml 2.9; At 10.34; Rm 2.11; Ef. 6.9; Cl 3.25 e Tg 2.9. Leia para os seus filhos, João 4.1-9. Mostre para eles que Jesus, nosso Mestre e Salvador, como judeu, diante de uma oportunidade de cultivar o racismo e o preconceito, assim não procedeu (Jo 4.1-9). Ao ir para Galiléia, passou por Samaria, e na cidade de Sicar, conversou com uma mulher e mostrou que Deus ama a todos, não importando a raça, o credo e o sexo.
2 - Procure dar o exemplo.

"Um bom exemplo vale mais do que mil palavras". Procure não fazer comentários depreciativos a respeito de pessoas de outra raça, de religião diferente da sua família, de pessoas do outro sexo, de idosos. Procure transmitir para os seus filhos que embora não concordamos com doutrinas dos amigos e conhecidos, devemos amar e respeitá-los.
3 - Mostre-lhes as contribuições que as diversas raças e pessoas de diferentes credos, sexo, idade e portadoras de deficiência física deram para a humanidade.

Existem muitos exemplos neste sentido, tanto para a realidade brasileira, como para a humanidade em geral. Esses exemplos podem ser extraídos dos esportes, da política, das ciências, das artes e das religiões. Fale acerca de grandes desportistas como, por exemplo, de Pelé, que tantas alegrias trouxe ao povo brasileiro e como o seu nome tem projetado o Brasil no exterior. Fale de Gandhi, o líder indiano que pregou e morreu pela paz entre as pessoas.

Fale de Nelson Mandela, o líder sul-africano, que ficou preso injustamente por vários anos, mas jamais incentivou a violência entre seus patrícios. Fale de Madre Tereza que sempre se preocupou em dar uma vida melhor para as pessoas marginalizadas da sociedade. Fale do missionário David Livingstone que ajudou a combater o tráfico de escravos.
4 - Combata os estereótipos em relação às pessoas e  povos.

Mostre para os seus filhos o quanto é errado cunhar frases do tipo "os judeus são pão-duros", "os cariocas são preguiçosos", "todo flamenguista e corintiano é violento", "os nordestinos são grosseiros", "os sulistas são insensíveis", "as pessoas que moram em favela são desordeiras", "os ´velhos´ não prestam para mais nada", "as mulheres são péssimas motoristas", "os deficientes físicos não sabem fazer nada", "os americanos só pensam em dinheiro", etc.
5 - Incentive seus filhos a se relacionarem com crianças de outras raças, credos e classes sociais.

Isto é muito saudável. Através destas atitudes, seus filhos irão construir amizades que poderão durar toda uma vida com pessoas de outras raças, religiões e classes sociais. Convide crianças de diferentes raças e condições sociais para passearem com sua família. Demonstre a sua tristeza e converse com seus filhos que conflitos como do Oriente Médio, entre judeus e árabes; na Irlanda do Norte, entre católicos e protestantes, jamais tem aprovação de Deus e só prejudicam a harmonia entre povos e pessoas.
6 - Promova ocasiões de encontro com pessoas de várias faixas etárias.

Através desses encontros, iremos mostrar, principalmente para os mais novos, que os idosos podem nos ajudar em muitas coisas com as experiências acumuladas ao longo dos anos. Convide uma pessoa idosa para passar um dia com sua família e diga para os seus filhos o quanto é importante amar, valorizar e respeitar essas pessoas.
7 - Fale para os seus filhos sobre o que foi o holocausto, o horror das guerras étnicas e religiosas.

Por mais que seja doloroso, não podemos, como humanidade, esquecer os exemplos tristes do que foi o holocausto e das guerras étnicas e religiosas que aconteceram e ainda acontecem no mundo. Dê de presente para o seu filho adolescente o "Diário de Anne Frank". Assista em família, e depois converse com seus filhos, filmes que tratam do holocausto.
Atitudes como essas, praticadas no interior de nosso lar, podemos, como famílias, dar uma grande contribuição às gerações futuras, onde brancos e negros tenham as mesmas chances no mercado de trabalho e nas nossas universidades; onde protestantes e católicos, a despeito de suas crenças poderão, como cristãos, ajudar a construírem um mundo melhor, onde jovens e idosos unirão a força e a experiência para a construção de uma sociedade mais ordeira; onde homens e mulheres serão parceiros para o bem comum.

Então, poderemos sonhar com um mundo onde os nossos netos não assistirão cenas, como por exemplo, de crianças sendo hostilizadas na Irlanda do Norte pelo fato de seus pais abraçarem uma outra fé, de filhos e esposas chorando a morte de seus pais e maridos que morreram vitimados por uma explosão de uma bomba no interior de um restaurante.

A tarefa é árdua e os seus resultados de longo prazo, mas também é urgente. A semente deve ser semeada agora, sem mais demora!

Um comentário:

  1. Oiii Manoel, gostei bastante deste artigo. Infelizmente, o racismo é algo q ainda não morreu, está mais presente no nosso dia-a-dia do que imaginamos...
    Este texto também é pertinente para um encontro de catequese!

    Obrigada pela oportunidade e por compartilhar conosco!

    Um forte abraço,
    Layse

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