sábado, 11 de agosto de 2012

AS CRIANÇAS E A TELEVISÃO

Hojé é dia da televisão. Confesso que dentre todas as invenções modernas a televisão foi a que mais me impressionou, talvez por ter nascido em uma cidade do interior e quando tive a oportunidade de vê-la foi como se um novo mundo se descortinasse na minha frente. E aquelas historias que nos fazia rir e chorar, as tão conhecidas novelas nos levavam longe para assistir a tv. No inicio tinhamos apenas uma para toda a população. Ela ficava no local em uma praça e as pessoas ali se aglomeravam para assistir. Era mais chiado e chuvisco do que imagem e som, e tudo em preto e branco pois ainda não tinha no Brasil a Tv a cores.
Apesar da revolução, percebo que não tinha nada que pudesse afetar as nossas famílias. Mas com o passar do tempo, o fim da censura, o fato de tudo se tornar tão normal, hoje vemos coisas bem desagradáveis e que nossas crinças assistem. 
Muito pouco podemos fazer, mas temos que zelar pela saúde mental dos nossos filhos e algumas orientações nesse arigo a seguir são muito boas.

As crianças e a televisão

Os efeitos nocivos da televisão podem ser evitados se os pais dialogarem com as crianças acerca dos programas e anúncios assistidos
Todos concordamos quanto ao facto de que a televisão entretém, informa e acompanha as crianças, mas também pode exercer influências indesejáveis. Basta pensarmos que o tempo passado frente à televisão acaba por ser subtraído a muitas actividades importantes, tais como a leitura, os trabalhos da escola, os jogos, a interacção com a família e o desenvolvimento psicossocial. As crianças podem aprender coisas que são inapropriadas ou incorrectas, pois ainda não conseguem diferenciar a fantasia – que lhes é apresentada na televisão – da realidade.
Mas os problemas não se circunscrevem somente aos programas, estendem-se até às centenas de anúncios, muitos dos quais induzem a hábitos de alimentação pouco saudáveis, difundem estilos de vida que associam a posse de bens supérfluos como factores de sucesso, alegria e bem-estar.
A violência dos desenhos animados
Crianças e jovens impressionáveis podem assumir que aquilo que se vê na televisão é normal, seguro e aceitável. Nesse sentido, uma mensagem preocupante que a televisão nos transmite é a de que a violência é aceitável e até pode ser divertida. O mais perigoso disto tudo é que uma cena que dura apenas alguns segundos – transmitida numa pequena parte de um programa – pode ser recordada a longo prazo, mais do que qualquer outra cena da história. A violência possui uma mensagem muito eficaz e, frequentemente, produz um efeito directo.
Geralmente as crianças começam aos dois anos a ver desenhos animados. As mais novas vêem-nos porque eles estão construídos de forma a facilitar o seu entendimento. Cada acção é sublinhada por efeitos sonoros particulares, que visam ajudar a sua compreensão e captar as atenções e, como a capacidade de atenção das crianças ainda é muito deficitária, os códigos sonoros vêm ajudá-las a manterem-se atentas.
Devido a limitações cognitivas, as crianças captam apenas parte do que vêem. Não conseguem ainda compreender uma boa fatia das motivações e intenções das diferentes personagens, nem são capazes de fazer deduções ou de compreender o que está implícito. Por exemplo, quando assistem a cenas de violência, é provável que concluam que o mais forte é que tem sempre a razão.
Influência da TV no comportamento infantil
A partir dos anos 60, foram realizadas centenas de pesquisas e todos os resultados convergem para conclusão de que as crianças que vêem muita televisão são mais agressivas. Assistir a cenas de violência não afecta apenas o comportamento, mas também altera as suas crenças e valores.
Constata-se a existência de crianças que se tornaram dessensibilizadas à violência física, ou seja, começaram a desenvolver uma tolerância a esse tipo de violência, pelo que precisarão de cada vez mais doses de violência para estarem entretidas.
Albert Bandura, um famoso psicólogo canadiano, efectuou pesquisas nas quais demonstrou que as personagens atractivas têm mais probabilidade de funcionar como modelos, isto é, que tendemos a ficar atraídos e a seguirmos o padrão de comportamento de um herói quando este possui características sócio-demográficas semelhantes às nossas. Assim, se existir uma identificação dos espectadores com as personagens, está aberto o caminho para a desinibição da agressividade.
O mesmo investigador veio também mostrar claramente que as crianças aprendem através da observação do comportamento dos outros. Na sua famosa experiência, Bandura apresenta um boneco a uma criança e primeiramente esta não tem quaisquer atitudes hostis para com ele. Porém, após observar um adulto a agredir o boneco, assiste-se a uma mudança radical no comportamento da criança e ela também passa a agredi-lo.

O PAPEL DOS PAIS

Os pais desempenham um importante papel neste contexto. Atitudes como as que descrevemos de seguida podem transformar positivamente às experiências da televisão:
• Assistir aos programas com os filhos, aproveitando ocasiões propícias para discutir o conteúdo do que é visto, bem como daquilo que é veiculado pela publicidade.
• Estabelecer o horário de estudo, não permitindo a realização de tarefas escolares com a televisão ligada.
• Desligar a televisão quando os programas parecerem inadequados.
• Escolher os programas adequados para o nível de desenvolvimento da criança.
• Limitar o tempo que é passado em frente à televisão.
• Estabelecer como regra incontornável que a hora das refeições deve ser um momento de conversa entre a família, abolindo a televisão.
Tempo gasto a ver televisão
AS CONCLUSÕES do estudo A Criança e a Televisão-Contributos para o Estudo da Recepção (apresentado em Outubro pela investigadora Sónia Carrilho como tese de mestrado na Universidade Católica de Lisboa) mostram que a média portuguesa se situa cerca de 80 minutos acima das 3,2 horas indicadas no relatório do Eurostat de 2001. As crianças e jovens portugueses com idades entre os 10 e os 16 anos passam cerca de 4,5 horas/dia a ver televisão, um valor que aos fins-de-semana sobre para 7,5 horas/dia.

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