Falar de família e meio ambiente numa sociedade que consome desordenadamente é muito complicado, pois a mídia insiste a cada dia na idéia de que quem não consome não é feliz. Se olharmos para dentro de nossas casas, percebemos que compramos muitas coisas dispensáveis e que acabam poluindo o meio ambiente. Por exemplo, os refrigerantes que substituíram grande parte dos sucos, são usados em quase todos os lares no Brasil e as garrafas são descartadas no lixo como algo normal.
Apesar dos constantes apelos dos ambientalistas, continuamos achando que o problema não é nosso. Por ocasião do dia das mães, dos namorados, dos pais, as maiores propagandas são de celulares. Onde colocaremos os celulares velhos? Certamente serão jogados no lixo e acabarão em algum lugar do planeta, poluindo e destruindo a natureza.
Enfim, se analisarmos o nosso cotidiano, veremos que consumimos muito além do que necessitamos e assim, prejudicamos o meio ambiente. O papa Bento XVI, recentemente destacou em um dos seus pronunciamentos que “temos que cuidar do meio ambiente: a natureza foi entregue ao homem para que fosse cuidada e cultivada com liberdade responsável, tendo sempre como base o bem de todos”. Deste modo, todos somos responsáveis pelo cuidado do espaço que usamos tanto em nossa casa, em nosso trabalho quanto em nosso lazer.
Nos últimos anos percebemos uma preocupação de pais e educadores com a questão do meio ambiente. Muitas campanhas têm sido realizadas, mas é preciso fazer mais. Tudo começa em casa: se temos compromisso com a preservação do meio ambiente, certamente ensinaremos isso aos nossos filhos, a começar pela forma como utilizamos a água que chega à nossa casa, a energia elétrica, os produtos que descartamos no esgoto, etc.
Por outro lado, a forma como lidamos com a natureza exprime muito do nosso modo de ser: o respeito, o cuidado, o carinho e o zelo que temos para com as plantas e os animais demonstram o nosso grau de comprometimento com a vida. São pequenos gestos que poderão provocar grandes mudanças e acreditamos que esse processo passa pela família, como célula básica da sociedade.
Olavo Bilac, famoso poeta brasileiro, na poesia intitulada “Velhas árvores” mostra a importância do equilíbrio ecológico e aponta uma lição de vida a partir da natureza: “Olha estas velhas árvores, mais belas/Do que as árvores novas, mais amigas/Tanto mais belas quanto mais antigas/Vencedoras da idade e das procelas… O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas/ Vivem, livres de fomes e fadigas; /E em seus galhos abrigam-se as cantigas /E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade!/Envelheçamos rindo!/ envelheçamos como as árvores fortes envelhecem: / Na glória da alegria e da bondade, /Agasalhando os pássaros nos ramos, /Dando sombra e consolo aos que padecem”.
São lições de vida que devemos assimilar e repassar às pessoas com as quais nos relacionamos. Adotar atitudes que nos possibilitem uma convivência harmoniosa com a natureza, como realça a poesia, numa relação onde “o homem, a fera, o inseto e a árvore vivem livres da fome e da fadiga”.
É no interior dos lares que aprendemos os valores básicos da vida e da defesa do meio ambiente. O que estamos fazendo para que a natureza seja respeitada? O que fazemos com o lixo que produzimos? Zelamos para que não haja desperdício de água e de energia elétrica? Temos alguma planta em nossa casa? Fazemos orações para que haja mais equilíbrio em nosso planeta?
Acreditamos que a vida é dom de Deus e que a preservação do meio ambiente acontece a partir de pequenos gestos que podem transformar a realidade. As famílias podem e devem assumir o compromisso de zelar pelo meio ambiente. Um estudante da 7ª série, Vinícius Duarte, escreveu um poema que serve para nossa reflexão: “O meio ambiente pede para que não o matemos, pois, se ele morrer, nós também morreremos”. Faça a sua parte.
Fonte: http://www.atribunamt.com.br/2008/08/familia-e-meio-ambiente/
Nenhum comentário:
Postar um comentário