A paróquia Bom Jesus homenageou os seus catequistas no dia 27 de agosto, com a celebraçao da Santa Missa presidida pelos seus padres: José Silva e Waldech. A celebração aconteceu na Igreja de São Cristóvão, e logo depois houve a confraternização entre todos os catequistas das mais diversas comunidades.
E nestes momentos de confraternização, ponho-me a divagar. Penso se realmente temos motivos para comemorar. É claro que sabemos da importância da catequese dentro do processo evangelizador da nossa igreja. Afinal o que seria da nossa religião se não houvesse aqueles que se propoem a divulgá-la. E nós catequistas temos um papel de fundamental importância, afinal, somos nós que levamos adiante o chamado de Jesus. Em resumo podemos dizer que a evangelização só acontece graças aqueles que fazem a catequese, seja dentro da sua família, nos encontros com as crianças, a catequese de adulto, do batismo, etc.
Olhando os problemas que enfrentamos dentro da nossa paróquia, fico pensando que não existe uma prioridade para a nossa pastoral catequética. E os envolvidos neste processo, tais como os padres, coordenadores, a comunidade, a família, os catequistas e os catequizandos será que estão fazendo a sua parte.
Aqui na paróquia Bom Jesus, mas especificmente na nossa comunidade, sinto muita falta de um apóio mais efetivo da comunidade, da família dos catequizandos, dos nossos párocos. E vou aproveitar o momento para fazer algumas reivindicações.
1 - Precisamos urgentemente de um local apropriado para realização dos encontros da catequese. Hoje, estamos usando uma escola da rede municipal, e muitas vezes somos preteridos, pois no mesmo local existem outros grupos que estudam, que realizam encontros, ou então, chegamos no local e não temos como usar as salas. Acho importante que possamos ter o nosso centro catequético, onde teremos a oportunidade de pensar em organizar uma biblioteca para os catequistas, arrumar nosso ambiente de maneira mais aconchegante.
2 - Apesar de sabermos das dificuldades que nossos padres tem para atender toda a sua paróquia, ir em todas as comunidades, penso que eles poderiam nos dar mais um pouco de atenção. Fazer uma visita a catequese, verificar como está indo os encontros; se nós catequistas temos preparo para tal missão. Levar uma palavra amiga para o grupo, conhecer os catequizandos, envolver-se mais com todos os nossos problemas, ter apenas um pouco mais de atenção.
3 - Eu que sou pai, percebo mais claramente o total descaso das famílias com a nossa catequese. Tendo já três anos nesta caminhada fico um pouco desiludido, mas não penso em desitir. Tenho catequizandos que ainda não tem uma bíblia para levar para os encontros, apesar de estarmos mandado recados para os pais, de dizer sempre que não tem como realizar a catequese sem a biblia.
4 - Acho também que nossa coordenação poderia se organizar de uma maneira que exigissem mais dos catequistas e dos catequizandos, envolvendo as famílias. Digo isto, porque ainda não temos o costume de visitar as famílias, ou de fazer reunião com os pais.
Obviamente que estes problemas nos deixa tristes e preocupados pois somos sonhadores e temos a esperança que um dia poderemos fazer algo melhor. Mas algumas coisas não dependem só de nós catequistas.
E as coisas que nós podemos fazer, nem sempre fazemos. Falo por mim, pois ainda tenho muitas limitações. Falando nisto segue um bonito texto do nosso colega Alberto Meneguzzi que servirá para que cada um de nós reflitamos sobre nossa vocaçao.
Parem, parem tudo!
Parem, parem tudo, parem este trem que eu quero entrar, quero seguir viagem para onde este trem me levar. É preciso parar, de uma vez por todas. Antes de evangelizar os outros, precisamos de uma nova evangelização. Estamos precisando de um cuidado especial com a nossa formação e com a nossa espiritualidade. Nós catequistas precisamos ser, novamente, evangelizados. Isso é urgente!
Somos nós que precisamos participar mais das celebrações dominicais. Somos nós que precisamos de mais orações pessoais. Somos nós que precisamos ajoelhar mais diante do sacrário. Somos nós que precisamos de mais aprofundamento e conhecimento. Somos nós que precisamos praticar mais os pequenos gestos. Somos nós que precisamos exercitar mais nossos compromissos e nossas responsabilidades. Somos nós que precisamos gostar mais das pessoas.
Parem, parem tudo, parem este trem que eu preciso seguir viagem e para isso, preciso entrar. Quero seguir para onde este trem me levar. Tenho visto catequista odiando outro catequista. Vejo catequista falando mal do outro catequista. Vejo catequista sem um pingo de espiritualidade. Vejo catequistas fazendo o que querem com suas turmas de catequese, sem se importar com o trabalho em grupo, encontros mensais, retiros e formações diocesanas. Vejo catequista dando show de moral nos pais de seus catequizandos e cometendo os mesmos erros na sua família.
Nós, catequistas, precisamos novamente ser evangelizados. Precisamos de uma vez por todas entender a nossa missão, pois ela é muito séria para fazermos de conta que estamos evangelizando e para ficarmos nesta hipocrisia de que “estou dando uma vasta contribuição para a igreja”, se nem mesmo consigo me entender com os outros colegas catequistas, companheiros de missão.
É preciso parar. É preciso parar. É preciso parar. Precisamos nos evangelizar. É urgente que tenhamos noção mínima da nossa missão e que saibamos que o projeto de Deus é diferente do projeto que o mundo nos oferece. Precisamos saber disso, urgentemente! E para saber disso e ter noção destas coisas, é preciso parar, para depois conseguir saborear as coisas de Deus. Uma parada requer humildade. Parar significa comprometimento. Parar significa dizer “eu quero voltar melhor”. Parar significa olhar para dentro de si e admitir os próprios erros.
Ser evangelizado novamente significa aprender a servir. Significa ter noções de ética e responsabilidade. Significa fazer o diferente justamente por sermos cristãos. Significa não calar diante das injustiças e não assistir de camarote o que este mundo nos impõe. Significa dialogar aprendendo a respeitar a opinião dos outros, crescendo na divergência, vivendo em equipe, sabendo ser parte de um trabalho de grupo, obedecendo a hierarquias e apoiando-as. Ser evangelizado novamente significa, acima de tudo, entender um pouco mais o projeto de Deus e com isso, entender que não estamos fazendo nenhum favor sendo cristãos que praticam o bem e buscam o diferente, mas sim, fazendo o que é preciso ser feito.
Parem, parem tudo, parem este trem, que eu preciso entrar. Quero seguir para onde este trem me levar. E ,depois de tudo, voltar, com todo ímpeto, ardor, força e paixão, dando mais de mim para o outro, tentando tocar outros corações. Não se evangeliza o outro sem que esta transformação inicie dentro de nossos próprios corações. É hora de reavaliar condutas!
Olá! Parabéns pelo artigo publicado, Que Deus abençoe todos os catequistas na sua missão.
ResponderExcluirBoa semana na Paz e no Amor de Cristo,
Reinaldo
Oii Manoel!!Feliz dia do Catequista! Que Deus continue te abençoando e guiando nesta caminhada de doação e dedicação... Parabéns!!
ResponderExcluirBeijos,
Layse