Nasci em uma família católica. Não nasci católico. Foi batizado e crismado ainda na infância. Não tenho recordações de ter tido uma vida dedicada à religião. Lembro-me do meu pai que ia muito à igreja, recordo que ele era congregado mariano, e quando ia para a missa vestia seu terno, colocava gravata, usava seu chapéu, mas não importava de nos levar, talvez por isso, não cresci com o hábito de freqüentar a igreja.
Recordo das imagens do sagrado coração de Jesus e de Maria que minha mãe colocava na parede da sala, e com muita saudade dos preparativos para o natal, quando era confeccionado o presépio, com as imagens do Menino Jesus, o anjo, os reis magos, Maria e Jose e todos os animais.
Fiz a primeira comunhão já entrando na fase da adolescência, talvez apenas para cumprir uma obrigação. Depois disso, fui a algumas missas, tais como a de formatura, missa de sétimo dia de conhecidos.
Sabia que era católico, já ouvia falar de Jesus, conhecia a Bíblia. Acho que estas noções ficam guardadas no nosso coração. Faltava alguma coisa, um chamado, algo que despertasse.
E vivia momentos de indecisão. Tive oportunidade de ler livros, principalmente ligados ao espiritismo, conheci um pouco das idéias, mas sentia que não era aquilo que daria suporte para minha vida.
E adormecido continuei minha labuta, estudei, completei meu curso superior. Foi sendo levado pela vida, e em certo momento me vi morando com uma mulher, algo tão superficial e que não me preenchia.
Mas tudo tem seu tempo, e Deus estava reservando algo pra mim. Foi quando eu reencontrei uma antiga namorada e voltamos a ter um relacionamento. Resolvemos nos casar, e queríamos que fosse na igreja, e na nossa terra natal. Ah! Mas tínhamos que fazer um curso de noivos (seria três dia), um final de semana perdido.
E fomos.
Começou em uma sexta feira a noite. Tivemos nosso primeiro contato com Jesus, de uma forma ainda tímida, mas o coração foi mexido. Acho que aquela brasinha ainda tinha um restinho do fogo, que foi sendo avivado.
E aquele curso tão temido foi o começo de um encontro. Encontro que nos revelou a importância de se constituir uma família com segurança e solidez. E isso só através de algo que nos lembrasse Jesus. Aquelas palestras, os testemunhos de outros casais nos abriram uma janela para que víslubrassemos uma estrada na nossa frente. Mas tínhamos que abrir a porta para sair e seguir por aquela estrada.
E casamos. Logo passamos a freqüentar as missas, ter uma relação mais próxima com aquela que seria nossa religião. Confesso que não sabia nem as partes da missa (e algumas orações também). Fomos participar de um grupo de casais, recebemos o convite para participar da implantação da pastoral familiar na nossa paróquia. E cada passo dado, nos fortalecia e nos unia mais.
E realmente tivemos uma oportunidade de abrir a porta que faltava para iniciar nossa caminhada. Em 2001 fizemos um verdadeiro encontro com Cristo ao participarmos da ECC. É algo maravilhoso, é um despertar, é o desabrochar para conhecer Jesus, o centro de nossa vida, de nossa religião.
Hoje, digo com alegria, com orgulho (estou sendo pecador?), que sou um católico. Na verdade, estou aprendendo a ser católico, e para isso, busco formas de entender a minha fé. Em minha opinião algumas coisas são imprescindíveis:
- Conhecer Jesus, aquele que é o centro de tudo, saber quem foi e o que fez, seus milagres, sua pedagogia, suas parábolas, suas histórias, a causa de sua morte. Ter conhecimento profundo para falar com convicção.
- Ver Jesus no nosso irmão, não importa quem seja, qual sua cor, sua idade, sua religião. É ter consciência que precisamos estar unidos, buscar as coisas que podem nos unir e não nos separar. Pode ser utópico achar que poderemos um dia lutar todos pelo mesmo ideal, talvez a paz, a fraternidade, uma sociedade mais igualitária, mais humana, mas este sonho eu acalento, principalmente porque quero um mundo melhor para minhas filhas.
Depois, temos que nos preocupar em conhecer o magistério da nossa igreja, suas encíclicas, seus documentos, conhecer seus sacramentos, seus mandamentos, acreditar na força da eucaristia, crer que realmente Maria é nossa mãe e que foi seu próprio filho que nos deu esta bênção.
Não podemos dizer que somos católicos e que somos a favor do aborto, da pena de morte. Temos sim que defender a VIDA, afinal ela é presente de Deus para todos.
Ser católico e saber que a Igreja é santa, mas também pecadora (como todos nós), e que apesar de todos os problemas, de todos os erros, o que fez de bom com certeza vai suplantar esses momentos, principalmente porque tem tido a humildade de reconhecê-los e até pedido perdão.
Temos também que saber acolher. E por isso, não deixo de receber qualquer irmão que venha até minha casa falar de Deus, pode ser testemunhas de Jeová, um mórmon, batista, etc. Aqui será sempre bem vindo e recebido da melhor forma possível. Se me convidarem para ir a sua igreja e tiver a oportunidade irei com muito prazer.
Hoje, além de participar do ECC, da pastoral Familiar sou também catequista, e escolhi trabalhar com as crianças. Tenho tido um aprendizado muito grande e muito gratificante.
É claro que em alguns momentos a fé fica cheia de dúvidas. São os momentos de fraqueza e que até já foi chamado de NOITE ESCURA DA ALMA. E nestes momentos pergunto se vale a pena realmente esperar em Deus, se é válido estar nesta caminhada. Mas tenho certeza que são momentos, pois cada vez eu me encanto mais com Jesus.
Reconheco minhas deficiências: preciso rezar mais, preciso estar mais em frente ao santíssimo sacramento, pedir com mais frequência os sacramentos (confessar meus pecados).
Sou católico e sei que esta fé veio chegando de mansinho, pouco a pouco. Estou dia a dia procurando aprender, descobrir mais as suas belezas, a beleza de viver em comunhão, de estar em comunidade, partilhando alegrias e tristezas. E nesta descoberta diária, levo minhas filhas, minha esposa, e a cada dia entrego minha família. Hoje tenho a certeza e digo a todos que minha FAMILIA É PARA DEUS.
Nossa Manoel, que lindo testemunho de sua vida! Parabéns, e obrigada por partilhar conosco! Eu também sou aprendiz, e assim como vc, mesmo tendo sido batizada, crismada e tal, nunca fui perseverante... só depois que fiquei grávida e muitas coisas aconteceram na minha vida é que encontrei-me com Deus e seu filho Jesus... no momento Dele, não no meu! Que Deus continue abençoando a você e à sua linda família!
ResponderExcluirManoel de Deus, que testemunho riquíssimo! Jesus ter encha com o Seu Espírito e te de o dom de transmitir isso tudo que disse a seus catequizandos e irmãos de caminhada!
ResponderExcluirE não é pecado ter orgulho se seguir Jesus não!!!
Eu tenho orgulho de ter voce e sua família na minha relação de amigos que preciso um dia conhecer! Paz de Cristo!
Manoel,
ResponderExcluirQue caminhada emocionante! Eu sempre digo que, à medida em que nos abrimos para ser testemunha de Jesus no meio dos homens, Deus vai nos transformando e fazendo frutificar em nós os frutos do Espírito. Que ELE fortaleça a sua fé a cada dia. E que a sua família seja uma imitação da família da Nazaré.
Saúde e Paz para vocês!
Abraço fraterno,
Catarina
Parabéns pelo testemunho.
ResponderExcluirQue Deus nosso Senhor te fortaleça e ilumine nesta sua caminhada (que é minha também) em busca da verdadeira conversão.
Abraços
AMIGO, EU FALO QUE EU FUI ENTENDER MINHA RELIGIÃO A POUCO TEMPO, E HOJE POSSO BATER NO PEITO E DIZER SOU CATÓLICO APOSTÓLICO ROMANO.
ResponderExcluirO que falar depois de ler esta msg....lindo, ótimo, perfeito acho que a maioria das pessoas de identifição é assim mesmo e nossa fé vai chegando de mansinho e tenhos que está no nosso lugar para que..."qdo Jesus passar, qdo Jesus passar, eu quero está no meu lugar..." Abraço fraterno obrigada por sua palavras lindas.Fica com Deus e tenho um ótimo dia. catequista Angélica
ResponderExcluirManoel, duplo primeiro lugar! top five da semana lá do blog!
ResponderExcluirComo é lindo ser católico, acreditar que temos um pai e uma mãe que estão vinte quatro horas nos monitorando, para de melhor nos dá.
ResponderExcluirGente é bom de mais ser família católica, vem Jesus e Maria estão nos esperando, paz e amor á todos.
Muito lindo ser família católica, este é o espirito de unidade.
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