Vinde a mim as criancinhas

12 de outubro. Dia de comemorarmos nossa padroeira e de uma maneira especial as nossas crianças. Estas crianças que embelezam nosso mundo, trazendo um colorido e nos dando uma alegria especial. Quem não se encanta com um sorriso infantil, com a alegria e a pressa de fazer tudo ao mesmo tempo, e a incansável disposição para brincar. Conviver com crianças é renovar nossa vida, é ter a oportunidade de ver que a inocência, a pureza e a verdade são coisas que fazem falta no nosso mundo de adultos.

E a bíblia nos mostra todo o carinho e zelo que Jesus tinha com as crianças.

Certa vez, algumas mães trouxeram também suas crianças a Jesus. Elas queriam que ele as tocasse e abençoasse, pois tinham certeza de que ficariam felizes. Porém, os discípulos (seguidores de Jesus) quiseram impedi-las e disseram: "Que é que vocês querem? Por que levar as crianças a Jesus? Ele está tão ocupado! Além disso, elas ainda são muito pequenas. Nem podem compreender o que ele diz".

Jesus, porém, percebendo que os discípulos queriam afastar dele as crianças, repreendeu-os dizendo: "Deixai as crianças virem a mim, e não as impeçais, pois delas é o Reino de Deus". E as chamou para junto de si.

Então, as crianças, vendo o rosto sorridente e amável de Jesus, correram felizes ao seu encontro. Ele as abraçou com carinho. Todas o viram como amigo e sentiam-se muito bem em sua companhia.

E mesmo não entendendo tudo o que ele dizia, as crianças sentiam que Jesus as amava muito. E sobre suas cabecinhas, Jesus colocou as mãos e as abençoou. E disse que elas seriam felizes seguindo o caminho do bem, e que sua bênção seria sempre uma proteção na vida delas.

Além disso, Jesus conhecia e sabia como era bonito o coração das crianças. E nelas, ele admirava principalmente a simplicidade, a pureza e a sinceridade. Por essa razão, muitas vezes Jesus usou a criança como exemplo para transmitir sua mensagem aos adultos. Veja só o que ele lhes dizia. "Se vocês não tiverem um coração humilde e uma fé confiante como as crianças, vocês não entrarão no Reino de Deus." E mais: "Aquele que não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele" (Lc 18, 15 -18).

Certo dia, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: "Quem é o maior no Reino dos Céus"? Para que eles entendessem bem sua resposta, Jesus colocou uma criança no meio deles e, olhando para ela, explicou-lhes: "O maior diante de Deus é aquele que não é orgulhoso, que não deseja a fama ou quer tudo só para si". Assim, grande para Deus, é a pessoa que se faz pequena e tem um coração grande. Que sabe amar e ajudar os outros (leia essas palavras de Jesus em Mt 18, 3 - 4).

Assim, através de seus gestos e atitudes, Jesus mostrou o carinho e a atenção que ele tinha para com todas as crianças. Ele sempre soube valorizá-las e nunca as deixou de lado, como faziam muitos adultos do seu tempo.

Se Jesus agiu assim com as crianças do seu tempo, é porque ele queria que as crianças de todos os lugares e de todos os tempos também fossem tratadas com carinho, respeito e atenção. Mas não é bem isso que acontece hoje, por exemplo, no Brasil e em tantas partes do mundo. Muitas crianças são abandonadas e maltratadas, não têm oportunidade de irem à escola e algumas nem têm casa para morar.

E nesta semana que passou estivemos falando dos direitos do nascituro, do direito a vida. Pois é, existem crianças que não tem o direito de nascer, são barradas ainda no feto da mãe. Estamos indo contra ao pedido de Jesus, pois não estamos deixando que muitas crianças venham até nós.

Este é um problema que acontece em todas as partes do mundo, e em alguns países já estão liberando o aborto, ou seja, não considera mais como um crime e a mulher pode optar por ter ou não o filho que cresce em sua barriga.

Ser a favor ou contra a legalização do aborto é um assunto que nos remete a muita polêmica, e nesta controvérsia podemos perceber que nossa igreja católica esta numa luta grande, pois entende que só quem nos deus a vida é que pode tirá-la.

Um dos pontos mais falados é que a questão do aborto é problema de saúde pública e que as mulheres podem dispor de seu corpo da maneira que achar melhor. Sendo assim, dizem aqueles que são favoráveis ao aborto, seria preciso que o governo desse oportunidade para que as mulheres o fizessem em hospitais públicos, sendo acompanhada de médicos, pois hoje em dia impera os casos de aborto clandestino e isto põe em risco a vida da mulher. É lógico que este pensamento é reflexo do movimento feminista.

Quanto a nossa legislação, temos na nossa Constituição a garantia do direito a vida. Já no código Penal, o aborto é tido como crime, tendo dois casos em que é possível abortar. O primeiro é no caso do de estupro e o segundo quando a mulher corre risco de vida e inexistir outro meio pra salvá-la.

Uma pergunta vem à tona. Será que nossa rede de saúde pública teria condições de atender de forma satisfatória estas mulheres que estivessem dispostas a abortar. È fato conhecido de todas as pessoas a precariedade do atendimento via SUS.

Penso que não seria necessário chegarmos ao ponto de pensar em praticar o aborto. Porque não reunir e unir esforços para que possamos ter uma consciência maior na hora da prática sexual. Todos somos responsáveis, a família, a escola, os poderes públicos. Precisamos pensar melhor na educação que estamos passando para nossos filhos.

Venho de uma família numerosa, meus pais tiveram 14 filhos e lembro que minha mãe nos dizia “Deus deu, Deus cria”. Mas naquele tempo ainda não existia a pílula, os métodos de evitar a gravidez não eram conhecidos como hoje, a liberdade sexual só veio depois. Temos também que ressaltar que criar filhos era mais simples, pois não vivíamos neste mundo consumista. Hoje não nos contentamos com nada, quando conseguimos um celular, no dia seguinte aparece um computador novo. Os meios de comunicação estão aí nos mostrando coisas novas e nos induzindo a comprar, a querer, a ter.

Temos que reconhecer que estamos sendo dominados pela mídia e estamos sendo fracos para levantar nossas bandeiras.

E algo interessante está acontecendo, pois com tantos métodos anticoncepcionais e com a o medo das nossas famílias de ter filhos, de continuar o projeto divino (ser fecundos), estamos caminhando para um mundo de velhos.

É obvio que nós católicos temos uma missão e a obrigação de propagar a beleza da vida que Deus nos ofertou, mas somos envolvidos pelos apelos mundanos e acabamos indo contra estes ensinamentos.

Confesso que me enquadro no meio destas pessoas. Assim que me casei fiquei na expectativa da chegada dos filhos, o que demorou um pouco, cerca de três anos. Assim que nossa primeira filha nasceu, tivemos a experiência mais bonita das nossas vidas. Parece que estava tudo completo, era muita felicidade. E envolvidos, inesperadamente a mulher ficou grávida e nasceu nossa segunda filha.

Não podemos tentar os métodos naturais para evitar a gravidez, pois a mulher não tinha (e não tem) um ciclo menstrual regular. Confesso que não tive coragem de ter mais filhos, apesar da oportunidade que tive de conviver com muitos irmãos (e sendo o mais novo), por isso, eu resolvi partir para a vasectomia. Talvez na época não tivesse conhecimento suficiente para saber que a igreja considera um pecado grave, mas ainda acho que fiz a coisa da maneira que tinha que ser feita. E hoje peço a Deus que tenha misericórdia e sei que ele já me perdoou. Agora que Alice e Giovana estão crescendo, olho para uma criança pequena e sinto vontade de ter mais filhos e sei que não posso. Quem sabe um dia venha adotar uma criança. Só o tempo poderá me dizer.

E neste 12 de outubro, vamos pedir a nossa Senhora Aparecida que olhe por nossas crianças e rezar muito para que possamos lutar pela família e pela vida. 

Ó Senhora Aparecida, olha com bondade para nossas famílias e ajuda-nos a viver o evangelho do teu filho Jesus.

Ilumina o caminho das crianças e dos jovens: que suas energias e fé sejam canalizadas para a construção de um mundo melhor!

Participa, querida Mãe, da luta constante dos trabalhadores: que seus esforços sejam recompensados com salários justos e digna condição de vida.

Conforta os doentes e as pessoas idosas. Alivia seus sofrimentos e que nós possamos ajudá-los a vencer a solidão.

Dá esperança aos aflitos e atribulados.

Abranda os poderosos: que eles aprendam o grande valor da bondade humana.

Ó Senhora Aparecida, vem favorecer nosso profundo anseio de que toda pessoa seja tratada com dignidade e Deus seja glorificado para sempre.

Amém!

Fonte: site catequisar (historia de jesus e as crianças)