sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

NOSSA SENHORA DE LOURDES PADROEIRA DOS ENFERMOS

Neste dia 11 de fevereiro a Igreja Católica celebra o dia de Nossa Senhora de Lourdes, que apareceu para uma jovem e humilde camponesa na França, chamada Bernardete Soubirous e pediu-lhe que bebesse água da fonte, mas no local não havia senão um pouco de água barrenta. Foi então que a menina escavou com as mãos e brotou a água, origem da fonte onde vários milagres de cura, desafiando a ciência, acontecem até hoje.
Ela é apontada por diversas curas e neste dia também é celebrado o dia internacional dos enfermos. E na nossa vida não existe algo tão difícil e complicado para lidar como o sofrimento, mormente quando temos que lidar com doenças, tantos físicas quanto espirituais.
E neste ano em que a Igreja com a Campanha da Fraternidade está nos lembrando toda a problemática da saúde, este dia torna-se mais emblemático, e que nos traz reflexões sérias.
Aqui especificamente fico pensando o quanto o sofrimento, as doenças podem afetar a vida familiar, pois nestes momentos costumamos nos perguntar o porquê do sofrimento e porque Deus perrmite que seus filhos passem por estes problemas.
Mas acredito que é neste momento que Deus está lembrando-se de cada um de nós, e como diz aquela mensagem tão conhecida, ele nos carrega no colo e nos acalenta, dando-nos a esperança para vencer estes obstáculos.
O Papa Bento XVI nos escreveu que “a verdadeira enfermidade é a ausência de Deus”.
E na nossa experiência, até aquelas pessoas que dizem que não acreditam em Deus, nestes momentos de perigo, de enfermidade, depressão, doenças, logo levantam a mão para o céu e clama por Ele, pois sabem que só com fé, muita fé pode vencer todos estes problemas.
Aproveito para indicar uma leitura para ajudar nossas famílias a viver e vencer estes momentos de doenças

SILÊNCIO PARA OUVIR = A Família e o Enfermo

Evaldo A. D'Assumpção - Cirurgião Pláico e Tanatólogo
(Publicado no Caderno PENSAR - Jornal "Estado de Minas" de 13/01/2001)
               

Quando alguém adoece gravemente, a sua família se torna a parte mais fragilizada em todo o processo. A razão disso é que, além dos problemas emocionais e financeiros que ocorrerão, cada um se sentirá entre três fogos: a vontade de ajudar, geralmente sem saber como; o questionamento interior que se estabelece, independentemente da vontade individual: “e se fosse eu, o enfermo?”; e um sentimento de culpa: “o que foi que eu fiz para isso estar acontecendo?” ou  “o que deixei de fazer para que tal acontecesse?”
Não acreditamos em fórmulas mágicas para resolver tais problemas. Contudo, algumas informações podem ser de muita utilidade.
Inicialmente é fundamental que todos se descubram extremamente importantes para uma possível recuperação do enfermo. Mas saibam também que necessitam de ajuda para suportar aquele evento e saber exatamente como agir.
Diante de uma doença grave e até possivelmente incurável, não  existem sentimentos adequados ou inadequados. São, tão somente, sentimentos. Não existem registros reguladores de suas qualidades ou intensidade. Contudo, é fundamental que se procure descobrir meios para  expressar tais sentimentos sem se ferir, ou ferir os outros. Física ou emocionalmente. E cabe a cada um buscar entender que as expressões do outro - enfermo ou familiar - não significam uma agressão a quem quer que seja, mas a pura expressão que cada um consegue ter, de seus próprios sentimentos: medo, angústia, insegurança. Afinal, em situações de graves crises, quase sempre repetimos o modo de expressar nossas emoções no dia-a-dia. Nosso trabalho deverá ser, o mais cuidadoso possível, de não conservar mágoas ou rancores por atos ou palavras do outro. Afinal também nós poderemos, sem perceber,  estar ferindo-o com nossas reações. Tentar assimilar essas situações, mesmo com insatisfação momentânea, mas sem arquivar ressentimentos, é o caminho ideal.
Recalcar emoções e sentimentos, engolindo os sapos que eles representam, não é sinal de coragem ou boa educação. Trata-se apenas de um controle artificial e extremamente danoso à saúde pessoal e à saúde de nossos relacionamentos. Todo sapo engolido representará uma cobrança futura que deteriorará mais ainda a situação. E, para a própria pessoa, será uma emoção sem expressão que sempre acabará por gerar depressão e sofrimento.
O curioso é que, se reprimimos um sentimento que julgamos inadequado, ele será transferido do consciente superficial para o profundo e ali se tornará mais forte e incontrolável.  Quando aceitamos um sentimento - que nos vem sem pedir licença - e procuramos expressá-lo da forma mais adequada possível, logo nos livramos dele.
Por querer ajudar, quase sempre sufocamos a expressão dos sentimentos alheios, dizendo: “Não chore!”, “Seja forte!” ou “Fique calmo!” E nada é pior para um relacionamento do que se sentir tolhido no direito de sermos nós mesmos.
Por isso, ao assistirmos alguém, devemos perguntar o que ela deseja de nós, sem querer impor aquilo que achamos que é bom para ela. Afinal, o que achamos ser o melhor pode ser, para o outro, o pior que lhe possa acontecer!
Para evitar erros é prudente, além de perguntar o que a outra pessoa quer, repetir o que entendemos ter sido dito por ela. E confirmar se é exatamente isso o que ela quer.  Mas nunca se deixar surpreender por respostas às vezes agressivas. Se a outra pessoa está num  momento de profunda raiva contra o problema que está vivendo, pode se tornar agressiva. A questão é que a agressividade não é contra quem a quer ajudar, mas contra a própria situação.  Contudo, como é difícil compreender isso! Quase sempre levamos para o lado pessoal e haja mágoas e rancores para serem arquivados, e extravasados tempos depois!...
Se formos solicitados a fazer algo inadequado ou impossível, podemos dizer: “Eu quero ajudar mas isso não é possível. Não haverá outra coisa que eu possa fazer por você?”  Essa resposta conserva a comunicação em aberto e dá ao outro uma oportunidade para reavaliar a sua solicitação.
Outro ponto fundamental é não tentar mudar os sentimentos da pessoa, nem tentar corrigi-la na sua forma de expressá-los. Isso a fará sentir pior ainda, achando-se culpada por estar tendo atitudes inadequadas. O mais correto será ouví-la sem se sentir na obrigação de “salvá-la”. Um familiar, por mais preparado que seja, jamais será um bom “terapeuta” para um seu parente pois sempre irá transmitir uma postura de “não aceitação” que será extremamente danosa para o relacionamento entre ambos.
Outros erros a serem detectados: descobrir se andamos falando mais do que escutando e, especialmente, concluindo as frases do outro antes que ele as termine, pela impaciência de ouvi-las até o final. Ou ainda, ficar fingindo que se escuta, apenas esperando a oportunidade para contestar tudo aquilo que foi dito pelo outro. Em outras palavras, dando a ele a corda, para com ela mesma o enforcar.
Talvez essa seja uma ótima oportunidade para se exercitar a difícil arte do silêncio. Ficar em respeitoso silêncio diante do outro, pronto a escutá-lo quando ele quiser falar, pode ser a melhor ajuda a ser dada. Especialmente se, ao silêncio, associarmos um toque gentil, um dar as mãos, um abraçar afetuoso.
Muitas vezes, numa família tem-se a idéia de que todos, por uma questão de amor e lealdade, devem ter as mesmas posições e as mesmas reações diante de uma determinada situação. E quando isso não acontece, é comum alguém se ressentir e fazer julgamentos, imaginando  um possível afastamento, ou uma perda de amor entre eles. A mulher imagina que o marido já não lhe ama - ou vice-versa - e os pais já não se sentem queridos pelos filhos - e vice-versa. Esse será o momento mais apropriado para se entender que cada um tem reações diferentes a um mesmo estimulo e que todas as diferenças devem ser aceitas e respeitadas. Sob pena de tais desamores acontecerem.  Esse é o desafio: tentar aceitar as diferenças!
Finalmente é preciso que se auto avalie para descobrir se não está exercendo o papel de “salvador” numa determinada situação. O sentimento de culpa, freqüentemente nos transforma em desastrosos “salvadores”. Que quase sempre  tentam transformar o outro num bebê, e num bebê incapaz, querendo fazer tudo o que ele necessita, mesmo aquela pessoa estando totalmente capaz para fazer todas as coisas por si só. Tal comportamento é altamente prejudicial pois pode levar o enfermo a descobrir, naquela doença, uma série de vantagens, inclusive a da super-atenção que passa a receber, a qual não tinha nos tempos de saúde. Então, por que reagir à doença e procurar a cura? Para perder aquelas “vantagens”?
Quase sempre o “salvador” é um “destruidor” de pessoas! Ele pode parecer carinhoso, competente, afetuoso. Mas na realidade ele está incapacitando o outro, física e psicologicamente.
O importante é procurar sempre incentivar e recompensar a saúde e nunca a doença. Esse é o papel fundamental da família. Na doença e especialmente na saúde. Pois, afinal, se refletirmos um pouco descobriremos que tudo o que foi dito acima se aplica também ao relacionamento diário entre as pessoas, mesmo as que se sentem sadias. Será através da correção de nossa forma de interagir que conseguiremos conservar a saúde. Física, psicológica e social.
Quase sempre, em nosso relacionamento interpessoal, mais especificamente com as pessoas mais próximas de nós, tendemos a nos comportar como “salvadores”.  Ditamos normas, dizemos o que devem vestir, o que devem comer, o que devem fazer. Para muitos isso é uma forma de manifestação do amor e da atenção que temos para com o outro. E por isso mesmo nos ressentimos quando, recusando nossas colocações, agem de maneira diversa. Não nos ocorre, e esse é o problema, que a outra pessoa está fazendo o que melhor lhe apraz, mesmo que não seja aquilo que julgamos ser o melhor para ela.
Não se pode negar que esse comportamento possa ser movido por um sentimento afetivo. Contudo ele é mais satisfatório para quem o faz do que para quem o recebe. Afinal, dizer como devem ser as coisas deixa, no interior de qualquer pessoa, uma sensação de saber e de poder.  Essa sensação torna-se tão gratificante ao nosso ego que nos impede de enxergar a realidade: ao invés de estarmos ajudando ao outro, estamos apenas nos satisfazendo a nós mesmos.
Quando o outro tem uma personalidade forte, irá recusar as determinações - que são chamadas por quem dá, de “sugestões amorosas” - causando profundo desgosto no “salvador”. Esses desgostos, acumulados ao longo do tempo,  podem minar gravemente um relacionamento e até causar doenças naquela pessoa cujas determinações não são seguidas sistematicamente. A qual irá se sentir desvalorizada e mal-amada porque o outro não faz tudo e exatamente como ela acha ser bom.
Caso o outro não tenha essa personalidade forte, acabará por seguir sempre aquelas determinações, porém com uma crescente insatisfação dentro de si. E, da  mesma forma, chegará um momento em que o relacionamento poderá ser afetado ou aquela pessoa irá se tornar deprimida, deprimindo também o seu sistema imunitário e se fragilizando a ponto de ser dominada por doença grave e até mortal.
Por tudo isso, é fundamental que cada pessoa faça uma revisão de seu comportamento interpessoal, buscando sanar os vícios dessa relação, para o seu próprio bem, para o bem de seus parceiros, para o bem de seus relacionamentos.
 Retirado

2 comentários:

  1. Olá! Passei pra fazer uma visitinha. É sempre uma alegria visitar seu blog. Tem um selinho dedicado especialmente a você lá no meu blog. Um abraço e um lindo final de semana.

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  2. Manoel deu certinho!!! você é super esperto nesse mundo virtual heim? Você nos salvou amigo, vou anunciar lá no blog agora!!!!!


    Que Jesus te abençoe sempre meu amigo!!!

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