terça-feira, 17 de maio de 2011

BEM-AVENTURADA DULCE DOS POBRES...

Irmã Dulce (1914-1992)
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Maria Rita Lopes Pontes nasceu em Salvador no ano de 1914. Aos 13 anos, tentou entrar para o Convento do Desterro, mas foi recusada por ser jovem demais.
Em 1932, entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição, em Sergipe. Após seis anos de noviciado, recebeu o hábito de freira e adotou o nome de Dulce, em homenagem a mãe.
De forma obstinada e com uma fé inabalável, Irmã Dulce saía pelas ruas do centro de Salvador em busca de doações. Começou seu trabalho num barracão, para onde levava doentes e desabrigados. Ali trabalhou com idosos, doentes, pobres, crianças e jovens carentes. Chegou a receber a visita do Papa João Paulo II quando ele esteve no Brasil em 1980.
Em 1959, Irmã Dulce conseguiu um terreno para construir o Albergue Santo Antônio. Em 1970, foi fundado o Hospital Santo Antônio, ao lado do albergue, obra que hoje possui mais de 1.000 leitos e atende a 4.000 pessoas por dia. Irmã Dulce também abriu um orfanato para 300 menores e passou muitos anos saindo diariamente para pedir donativos de porta em porta.
Com problemas respiratórios, Irmã Dulce foi internada no dia 11 de novembro de 1990, passando por vários hospitais. Faleceu no dia 13 de março de 1992, em sua casa, no Convento Santo Antonio.
Era chamada de Irmã Dulce dos Pobres, Peregrina da Caridade ou Mãe Dulce pelos milhares de necessitados que atendia, mas a verdade é que todos gostariam de chamá-la de Santa Dulce da Bahia, como fazia o escritor Jorge Amado.
Fonte:
"Dicionário Mulheres do Brasil de 1500 até a Atualidade", coordenação de Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil, editora Jorge Zahar Editor. 

Beatificação
Iniciada em janeiro de 2000 pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo, a causa de beatificação de Irmã Dulce, que foi distinguida no mesmo ano pelo papa João Paulo II com o título de Serva de Deus, busca o reconhecimento pela Igreja Católica das virtudes, da fama de santidade e da determinação incansável de uma vida dedicada aos mais necessitados.
Desde junho de 2001 o processo tramita na Congregação das Causas dos Santos do Vaticano. Em junho de 2003, a Congregação recebeu a Positio, documento do processo canônico misto de relato biográfico e das virtudes e resumo dos testemunhos do processo que atestam as ações virtuosas da Serva de Deus. Com a apresentação do documento à Congregação, o papa João Paulo II deve, em breve, distinguir Irmã Dulce com o título de venerável – um grau abaixo do de beata.
A apresentação da Positio é o primeiro passo para a beatificação. O segundo é a caraterização de um milagre. Em junho, o Vaticano reconheceu juridicamente um possível milagre ocorrido por intercessão de Irmã Dulce. O fato da confirmação jurídica do milagre e da conclusão da Positio terem ocorrido em paralelo queima etapas favorecendo o processo e fazendo com que a beatificação fique mais próxima. O reconhecimento foi feito após um rigoroso trabalho de investigação conduzido por uma equipe indicada pela Congregação.
No anúncio desses fatos à imprensa, o Arcebispo Primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella, confessou seu otimismo. "Isso acelera bastante o processo de beatificação de Irmã Dulce. Agora, cabe a Roma analisar as virtudes do ponto de vista da heroicidade, de alguém que viveu o que professou: a caridade e o amor ao próximo".
Com a rapidez do processo, Irmã Dulce pode vir a ser a primeira Santa de nacionalidade brasileira. Madre Paulina, canonizada em 2003, viveu a maior parte da sua missão no Brasil, mas era Italiana de nascimento.
Para o postulante ser reconhecido como beato (grau anterior ao de santo), é necessário a confirmação de um milagre, que só é validado após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade , que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição , que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter ‘ preternatural ' (não explicado pela ciência).
O postulador da causa de Irmã Dulce, frei Paolo Lombardo, confia que o processo de beatificação e canonização de Irmã Dulce será bem sucedido porque não faltaram depoimentos para atender a uma das maiores exigências da Congregação: a comprovação das virtudes daquele que pode ser elevado ao grau de santo. Ligado a Ordem dos Frades Menores Franciscanos, Frei Paolo é teólogo, doutor em Ciência Eclesiástica Oriental e 'Arquimandrita' (o equivalente ao título de Monsenhor na tradição latina) do Bispado da Diocese Bizantina de Piana degli Albanesi, Itália. É postulador de cerca de 80 causas de beatificação e canonização em todo o mundo pela Congregação das Causas dos Santos. No Brasil, além de Irmã Dulce, é responsável por mais nove causas.
A participação popular tem sido um das causas da rapidez no andamento do processo. Pessoas de outros estados e até de outros países se juntaram aos baianos na mobilização em defesa da Causa, ajudando com testemunhos e documentos que auxiliaram na tarefa de reconstruir a trajetória de vida da religiosa. O Tribunal Eclesiástico Diocesano de Salvador coletou na fase inicial do processo cerca de cinco mil páginas de depoimentos e documentos, que atestam a fama de santidade em vida e as virtudes heróicas do Anjo Bom da Bahia. Hoje, cerca de três mil graças alcançadas por fiéis e creditadas à intercessão da freira estão catalogadas no Memorial Irmã Dulce.


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