Nasci em uma pequena cidade do interior da Bahia, onde podiamos brincar e correr livramente pelas ruas, tomar banho de rio, jogar baleada, subir em árvores, brincavamos de bola de gude, soltar raia, jogar infinca, perna de pau, amarelina (que era conhecida como macaquinho), etc. Tempo de tranquilidade, de paz; algumas palavras não eram nossas conhecidas: Violência, roubo, assalto, drogas. Passeavamos a noite na pracinha do jardim até que a luz apagasse. Ouviamos rádio e tinhamos contato com músicas com letras que falavam de amor ou até mesmo de Deus, como algumas de Roberto Carlos.
Chegou um dia na nossa cidade, a televisão. Que grande novidade, ouvir e ver as pessoas dentro daquela caixa, e com ela muitos conceitos foram mudando e realmente mudados.
Todos se conheciam, e a vida era repleta de paz. As portas das nossas casas não precisavam de chaves, e nossos pais sentavam na porta para bater papo.
Eramos crianças felizes, pois não precisavamos ficar presos.
E hoje que tenho duas filhas percebo a diferença. Não temos mais sossego, vivemos presos, amedrontados. E com razão, pois a violência está demais.
A coisa está tão grave que foi necessário até criar um dia especial para lembrarmos de que a criança é um ser indefeso e precisa de proteção contra adultos violentos e que abusam da sua força para fazer mal a elas.
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