segunda-feira, 18 de julho de 2011

OS IRMÃOS

 "O homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão." (Provérbios 18:24)

"Os amigos eu escolho, os parentes eu tolero"... alguns já devem ter visto esta frase em uma camiseta. Vamos aproveitar este gancho que, embora carregada de uma ironia à toda prova, traz dois pontos fundamentais de crescimento pessoal. O primeiro deles é que efetivamente temos que saber escolher os nossos amigos, mas com critérios centrados no valor que eles possam trazer dentro si. Há muito a ser dito sobre a amizade, o que faremos oportunamente.
O segundo ponto, totalmente distinto do primeiro, e no qual nos estenderemos mais, é que os parentes, incluindo os irmãos, efetivamente não fomos nós que escolhemos, e sim Deus. Este fato faz da família um tesouro imensurável.
Os pais por vezes não entendem, não aceitam e não suportam as brigas entre irmãos. Pois aí está um dos grandes potenciais educacionais da família, que termina desperdiçado, pois os pais teimam em resolver todas as dificuldades dos filhos, a começar pelo natural conflito entre eles. Os irmãos se divertem, disputam, brincam e brigam, e todos estes aspectos têm uma relevância fundamental na formação de cada um deles. Se os pais tivessem mais paciência, perceberiam como os irmãos aprendem muito uns com os outros. Embora muitas vezes os filhos recorram à intermediação dos pais, na grande maioria delas seria mais eficaz em termos educacionais deixá-los, eles próprios, resolverem seus conflitos.
Alguns pais, que optam por uma família pequena, procuram minimizar o problema da melancolia familiar com a exposição do filho aos companheiros da escola. Os amigos são importantíssimos na formação, mas têm um papel educacional totalmente distinto daquele que um irmão é capaz. É o que retrata inversamente aquele chavão que comentamos no início do artigo. Um amigo pode facilmente ser descartado se nos incomoda, basta não mais procurá-lo... mas permanecemos intolerantes. Aos nossos irmãos, não há como evitá-los, e por esta razão eles nos ensinam efetivamente o que significa conviver.
Em uma família numerosa, como são muitos os seus membros, os pais não precisam se desdobrar muito em esquemas que desenvolvam o sentido de cooperação. A repartição de encargos familiares é natural. E com encargos aprendemos a ter responsabilidade, a ser generosos com os demais membros da família, a nos sentirmos úteis e laboriosos. Com os irmãos aprendemos a compartilhar e a valorizar os brinquedos, as roupas e o espaço, pois os recursos têm que ser divididos. Os filhos de família numerosa são mais autônomos, resistentes e adaptáveis ao mundo. Não há nada na vida que substitua um irmão, nem mesmo a oportunidade de se estudar em uma faculdade particular por serem poucos os filhos.
Todas as arestas rugosas de nossa personalidade, nossos irmão as poliram, pelo simples fato de existirem e de tornarem a nossa vida uma pequena amostra do que encontraríamos como adultos. Os irmãos efetivamente se preparam mutuamente para a vida. A relação fraternal é uma panela efervescente que borbulha alegria e virtude.
Há quem não entenda porque, quando amadurecem, apesar dos anos anteriores de entrevero, os irmãos se entendem e se respeitam tanto. Não seria por simples reconhecimento? Pois se chegamos a crescer como seres humanos e a desenvolver virtudes quando crianças, temos que ser muito gratos aos nossos irmãos, qualquer que tenha sido a diferença de idades em relação à nossa, pois foram protagonistas indispensáveis em nossa formação.
André Pessoa (http://www.portaldafamilia.org)

2 comentários:

  1. Olá, amigo! Entrei para o grupo dos "Catequistas Unidos" e mais uma vez, vim visitar seu abençoado espaço. Gostei muito deste texto sobre a relação entre irmãos e o crescimento que ela proporciona. Profundo e cheio de sabedoria.
    Que Deus ilumine sempre os seus passos!
    Abraços,
    Angela

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  2. AH! Esqueci de mencionar: estas meninas são uma gracinha! Suas filhas, não é?
    Que Deus derrame infinitas bênçãos sobre elas!

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