Alguns fatos acontecem e nos remete a pensamentos e indagações.
Há poucos dias recebi uma noticia que minha mãe já com 93 anos tinha sofrido um pequeno AVC. E ao vê-la pude perceber que na vida de uma hora para outra tudo pode mudar. Uma pessoa que vivia cheia de energia, falante, alegre estava totalmente diferente, quase não conversava, não podia mexer direito. É um baque; E nós não estamos preparados para estes acontecimentos.
Vivendo esta situação, comecei a pensar se estamos realmente vivendo nossa vida e sabendo vivê-la.
Viver a vida é se entregar ao amor. Amor a todos indistintamente. Amar a cada pessoa, sabendo compreender, acolher, perdoar, partilhar.
Teria sentido viver sem amar.
E para amar é preciso estar repetindo a toda hora: “Eu te amo”?
Manifestar o amor que sentimos é algo difícil. Pense na relação a dois depois de algum tempo. A rotina que chega impedindo até um diálogo mais carinhoso. A impaciência com os problemas comuns de todos os relacionamentos, principalmente com os casais que já tem filhos.
Veja agora a necessidade que temos de nos sentirmos amados, queridos, abraçados, de uma palavra de carinho, um gesto de amor. Mas nem sempre estamos propensos a retribuir tudo isso.
Não, tenho certeza que não estamos aproveitando nossa vida para viver este amor incondicional que Jesus tanto nos pediu. Se com aqueles que convivemos, temos laços de sangue e afetivos maiores, é tão difícil, imagine com as outras pessoas.
Sei algumas vezes perdemos a paciência com nossos pais, nossos filhos e nosso cônjuge, porém acho que é algo normal, afinal faz parte da natureza humana. O que não podemos é fazer disto algo diário.
Ah! Como somos imperfeitos e esquecemos-nos das nossas promessas. Lembrar de tudo que prometemos no altar na hora do matrimônio. Lembrar que devemos tudo a nossos pais. Lembrar que nossos filhos não pediram para estar neste mundo. Lembrar que somos todos uma só família. Filhos de Deus e irmãos de Jesus Cristo.
E por falar em família, vejo que tudo pode ficar mais fácil se o casal souber passar este amor para os filhos, afinal tudo é conseqüência. Sei que não é fácil, mas podemos tentar.
Reflita estas palavras, acho que são de Martha Medeiros:
Sentir-se amado
O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.
Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.
Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.
A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?
Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.
Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".
Sentir-se amado é ver que ela se lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.
Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo."
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